Depois de alguns duetos de carnaval eu desliguei o som. Peguei uma folha e lá no canto da cama sentei e iniciei meus últimos versos a ti. Dediquei sem saber por quê. Sei que nada tive de tão feliz nesta antiga história, restou a mim um pequeno desejo cheio de falhas. Além do mais, sei que nada lhe impediria de estar onde estar agora, com as mesmas opiniões e com os mesmos versos, são antigos e bem lembrados. Sei que posso decifrar seus sonhos atuais mesmo estando longe, porque algo em você me chamou atenção e me fez aprofundar em sua mente. Isso não foi nada de mais, eu sei, mais lembrei que nada foi em vão. Não foi um amor platônico, quer dizer, não sei se foi. Mas teve o corpo a corpo e ainda teve os versos perdidos. Te esqueci em uma pasta escondida no HD, deixei que o tempo me fizesse apagar as lembranças que ainda restam, por sorte consegui. Atropelei um pedaço de amor perdido e encontrei na estrada um amor achado, achando ser bem mais, achando ser capaz, achando ser demais, e é. É Tudo isso. É o complemento do que ainda não conheci de mim, é a passagem adiantada de páginas que não escrevi e de projetos que não tracei.
A importância destas palavras pode ser mínima pra quem lê, mais não para mim, que as escrevo com sentimento e emoção. Foi uma história que escondi, uma história que não contei e hoje esvaziei, contei pra ti. Conheço alguns passos que dou, e por alguma razão consigo reconhecer os teus. Hoje sou apenas uma, inteira. Sou assim porque encontrei companhia. O complemente, talvez, do que sempre sonhei. E não há nada nesta companhia que eu não goste demais. É isso.