Meu canto canta triste, canta cansado e desafinado
Um som perigoso, de grave débil
Meu pássaro voa sem asas, voa na brasa
Meu abraço abraça lento, vai no vento
Meu sorriso? Meu sorriso  vai de balança
De leve ele dança, numa medida imediata
Numa transparência opaca.
Minha vida vai de trás
Trazendo o que está por trás e assim caminha...
Leve ela vai.



A vida passa desfilando por mim.
Acompanha as tendências e estações
Antes vestida de verão, e agora vestida de inverno.
Molhada pela chuva, ela passa toda pozuda. E fico só de olhar...
Enquanto tantos fazem esforço pra mudar minha rotina, me escondo no sono, no sonho, no pesadelo, no descanso.
Meu apelo as vezes cansa. Não aproveito mais o dia como deveria, não leio como deveria, não alegro como poderia. Se não é o caos, é o tédio, e se nada for eu me nego.
E fico aqui, olhando e vivendo esta lacuna.



Ultimamente meus dias caminham voltados para desejos. Uma coleção de amores platônicos e uma multidão de problemas encreiqueiros.
É incrível como as coisas aparecem de forma súbita. Um comentário súbito, um desejo súbito, uma olhada súbita...
Não sei dizer como estou por completo, sinto-me no retalho de mim. Sou um tecido de textura firme, porém, que vive mostrando os fiápos. E a cada dia que passa, cresce a dificuldade de torná-los imperceptíveis. Ai está a grande questão: Perceber o mundo, e ser por ele percebida. Querer ser percebida, e viver aprisionada.



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