Não vi declarações
Não fiz valer o pulso
Não fiz nada, senti
Senti o riso froxo
Senti o degradê da dor
Senti o sol inteiro
Senti a luz calada
Brilhei e fiz brilhar
Meu ano que não foi par
Imã de mim
Do mar para amar.
Vou voltar a escrever. Deixar dessa mania do abandono. Abandornar-me jamais, e eu sou o que consigo registrar pra memórias.
Já desisti e voltei tantas vezes, e tantas outras virão.
Porque sou isso: ida e vinda, desistência e recomeço.
Desejar o contrário ja foi vivido, e muitas vezes ainda é. Mas não é realidade. E minha intensidade é real.
Real pelo abuso de explorar o que se sente. Realista por prolongar o que é sentido. Vivendo, vivido.
Ser vivente indo e vindo, sou.
Céu escurecido, susto e arrepio
Lua.
A eterna cúmplice dos amantes, fervilhando igual a gente fica quando entra em transe. Aquele fogo ela roubou de mim, e a vontade de clarear tudo ela deve ter pego de ti.
Parecíamos estar sós, mas estávamos em multidões. Pensamentos meus e teus,
Alma minha e tua,
Meu corpo, o teu
A lua nua, Natalí sendo tua
E também eu sendo do teu eu.
De tão entendível, na verdade, essas misturas de momentos e sentimentos estão inexplicáveis. Só da pra escrever com poesia, o resto é só metade.
Metade amada, ilusória
Mil migalhas, outrora
Morte em vida, desmentida
Meu sentimento, lamento
Mente aflora, agora
Sobrevivendo e vivendo mundo a fora.
Fora.