Não li inspirações
Não vi declarações
Não fiz valer o pulso
Não fiz nada, senti
Senti o riso froxo
Senti o degradê da dor
Senti o sol inteiro
Senti a luz calada
Brilhei e fiz brilhar
Meu ano que não foi par
Imã de mim
Do mar para amar. 



Vivente

Vou voltar a escrever. Deixar dessa mania do abandono. Abandornar-me jamais, e eu sou o que consigo registrar pra memórias.
Já desisti e voltei tantas vezes, e tantas outras virão.
Porque sou isso: ida e vinda, desistência e recomeço.
Desejar o contrário ja foi vivido, e muitas vezes ainda é. Mas não é realidade. E minha intensidade é real.
Real pelo abuso de explorar o que se sente. Realista por prolongar o que é sentido. Vivendo, vivido.
Ser vivente indo e vindo, sou.



 Observar mais, sentir e ser mais, absorver sentidos. 
Li em algum lugar, que carroça vazia faz muito barulho. Carroça cheia demais quebra, não suporta o peso. É ai que entra o sentido do compartilhar.
Sou tagarela de dna. Exercito o exercício de observar, calar. Pra mim é difícil, mas tento. Hoje sei que as respostas estão nas coisas, as perguntas também nas coisas. A dúvida, em mim. Em nós.
Olhar, ouvir, sentir, depois falar. Minhas verdades não são absolutas, mas esse processo que estou me permitindo vivenciar é, absolutamente, importantíssimo para meu crescimento como ser humano. Crescimento como ser que raciocina, vive no planeta, dentro do universo.
A Natalí de hoje sente mais do que sentia antes, ela é de muitos lugares, de muitos instantes. E mesmo que não seja nada, ela é. Até porque, até o nada representa alguma coisa. E as coisas carregam perguntas e respostas.



Céu escurecido, susto e arrepio
Lua.
A eterna cúmplice dos amantes, fervilhando igual a gente fica quando entra em transe. Aquele fogo ela roubou de mim, e a vontade de clarear tudo ela deve ter pego de ti.
Parecíamos estar sós, mas estávamos em multidões. Pensamentos meus e teus,
Alma minha e tua,
Meu corpo, o teu
A lua nua, Natalí sendo tua
E também eu sendo do teu eu.
De tão entendível, na verdade, essas misturas de momentos e sentimentos estão inexplicáveis. Só da pra escrever com poesia, o resto é só metade.




Metade amada, ilusória
Mil migalhas, outrora
Morte em vida, desmentida
Meu sentimento, lamento
Mente aflora, agora
Sobrevivendo e vivendo mundo a fora.
Fora.



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