Um coração tranquilo...
Acredita que a fé crua, cura.
A crença descoberta, desperta.
A calma vivenciada, abraça.
... O amor compartilhado, ultrapassa explicações, une situações, reforma razões, recomeça. Todos os dias.
¶ Acordar

Mas hoje eu largaria tudo, largaria do preço, do recomeço, jogava meu notebook fora, refazia as fotos. Largaria tudo se pudesse te ver daqui a uma hora.

Acordei, sentei na cama. Ouvi a chuva.
Abri a janela e tinha um pássaro equilibrado no fio do poste.
Quando direcionava minha vista para os olhos dele, via que abriam e fechavam como se o interesse fosse sentir a chuva molhá-los. E era.
O observei por pouco mais de 1h. Parada, em êxtase.



Dia ruim pra o motorista
Pra passageira
Pra cobradeira do amor pelas beras
Dia de sol chuvoso
Do tempo que não tem culpa
Da passageira sem abrigo
Ela que busca motivos pra caber nas cabeceiras
Louca, desvairada
Coleciona embriaguez, coleciona mágoas
O motorista já foi
E o ponto me engoliu as vírgulas
Nas reticências que fui amada
Aqui estou na espera de outras causas

Quem faz, explica como multidão em ação dentro do mundo do coração.
Simples, feito, e feito.
Depois se transformam em momentos de desfeitos, que acabam em castigo.
É inexplicável, o que se dá consigo na euforia da possessão.
O amor tem explicação?
Amor é calma, mas também é ação.
Querer ter, é o contrário de perder
E perder amando, é castigo musicado.
Dos tons que ouço ultimamente, tua voz vem guiando a letra
Ta tudo na minha mente, e ela não mente.
Dos encontros e encantos, me restou a vontade de ter e te ver por perto.
Em momentos desconexos, eu te anexo no protesto do meu passado inacabado.
E mesmo vivendo o presente intensamente, guardo sobre ti uma coxa de retalhos.
Uma música escondida no armário, e o fogo que não apaga com convidados.
Das incógnitas que me deixastes, permitir-te ficar por perto é a que mais me inquieta.
É meu desejo de não ser passado ou o teu amor que nunca será apagado? Os dois.

¶ Quarto
Do querer ao poder, por ter e não ser.
Dos tantos sem mantos, aos avanços com prantos
De tanto em tanto, encanto, em cantos
Cantinho sozinho, descanso.


Eu, sendo minha casa, tenho meus convidados
Alguns favoritos, preferidos. Outros que só ficam na lembrança, sem deixar de significar.
Eu, sendo minha casa, com paredes que precisam ser pintadas, ilustradas.
Desenhos significativos, ativos, sem pausa.
Eu, sendo minha casa, tenho a fase de não limpá-la
De deixá-la, abandoná-la
Mas tenho tempo de cuidar dos cômodos, preencher os vazios, curar as mágoas.
Eu, sendo minha casa, não sou besta e nem nada. Assumo ser casa linda, com reboco e tinta viva.
Das feridas que se tornaram amigas, da minha vida que hoje é lar. Meu corpo, meu templo. Guardo nele conhecimento. Vida, vento.
Coleção de cimento, colo reboco sem parar.
