Acordei, sentei na cama. Ouvi a chuva.
Abri a janela e tinha um pássaro equilibrado no fio do poste. 

Ventava forte e ele conseguia se equilibrar, a princípio não entendi qual o sentindo de estar na chuva podendo voar para qualquer lugar. Mas ele ali estava, ali ficou, ali sentiu, aquele era o momento do instante. O tempo real, sentido. O presente.
Quando direcionava minha vista para os olhos dele, via que abriam e fechavam como se o interesse fosse sentir a chuva molhá-los. E era.
O observei por pouco mais de 1h. Parada, em êxtase.
Estava sozinha observando um ser que, também sozinho, vivia sua escolha lá fora.



1 Comment to “O Passarinho do Fio”

  1. escrevi sobre um pássaro também, esses dias, mas não postei:

    "PARDAL

    pardal não é raça que apetece os amantes de pássaros
    deles se vê em todo lugar, dizem
    mas, na verdade, é por outro motivo:
    não se engaiola um pardal

    não é raça que interesse, insistem
    mas pardal preso morre
    e isso, pra mim, o torna mais
    raro ainda

    o único pássaro que pode se permitir livre
    que não precisa de ibama ou coisa do tipo,
    que bate as asas, fica onde quer
    e nem sabe a sorte que tem"

    quando aprender a voar, eu posto.

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