Acordei, sentei na cama. Ouvi a chuva.
Abri a janela e tinha um pássaro equilibrado no fio do poste.
Ventava forte e ele conseguia se equilibrar, a princípio não entendi qual o sentindo de estar na chuva podendo voar para qualquer lugar. Mas ele ali estava, ali ficou, ali sentiu, aquele era o momento do instante. O tempo real, sentido. O presente.
Quando direcionava minha vista para os olhos dele, via que abriam e fechavam como se o interesse fosse sentir a chuva molhá-los. E era.
O observei por pouco mais de 1h. Parada, em êxtase.
Estava sozinha observando um ser que, também sozinho, vivia sua escolha lá fora.
segunda-feira, 28 de abril de 2014
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Tecnologia do Blogger.
escrevi sobre um pássaro também, esses dias, mas não postei:
"PARDAL
pardal não é raça que apetece os amantes de pássaros
deles se vê em todo lugar, dizem
mas, na verdade, é por outro motivo:
não se engaiola um pardal
não é raça que interesse, insistem
mas pardal preso morre
e isso, pra mim, o torna mais
raro ainda
o único pássaro que pode se permitir livre
que não precisa de ibama ou coisa do tipo,
que bate as asas, fica onde quer
e nem sabe a sorte que tem"
quando aprender a voar, eu posto.