Santiago, 23 de setembro de 2013
Daqui me fiz mil, segurei a onda porque
precisei de mim. De uma Natalí firme e forte, tendo um norte, mesmo sem porte.
Transferi nomes para meus motivos, guiei
caminhos, detalhei estradas. E nesta tarefa certifiquei do que sou formada: constante
de pessoas lembradas. Porém, de modo tão
real e intuitivo que viraram meus
principais motivos, como o rumo de quem traz a volta.
Não escolhi escrever essa carta, ia ser
mais um simples desabafo do que me tornei. Mas as linhas me convenceram que o
ninguém que descrevo é só ironia do todo que me espera, do todo que eu sempre
amei. Vocês.
Sou grata pela família de amigos que tenho.
Os que escolhi entre risos, lembranças, choros e andanças. E se cada um
quisesse um pedaço de mim, eu me doaria toda... Porque fiz do excesso meu
melhor momento.
Carrego comigo um acervo de sorrisos
expressos em fotografias. E elas, de tão expressivas, me fazem reviver o exato
momento do acontecimento. Entro em um quase nirvana de risadas longas e com
som, e depois reflito o quanto foi valioso registrar o TAL momento feliz. Ver
que o mais importante é que do meu lado estavam humanos sinceros, e que se doaram
para viver.
Abriguei-me na distância física, mas me
aproximei de sentimentos reais. Sei exatamente pra quem volto, sei dos risos
que meus ouvidos reclamaram a falta. Sei também da energia que meu corpo
sobreviveu sem. Mas como mágica, alguma onda positiva me fez persistir. E o
cosmo, que não é nada falho, trouxe o necessário pra que eu aguentasse até
aqui.
Imaginei, criei e fantasiei muitas cenas.
Essa prática me manteve presente no mundo que eu “abandonei” por um tempo. Mas
acabou. Minha contagem regressiva encurtou, meu drama sessou.
E meu desejo vivo enfatiza, que minha
necessidade de construção e volta é ter todos vocês!