Posso falar sobre chás? Posso.
Tomo chá porque gosto, e essa é parte mais divertida desse meu inverno super frio. Brinco de acompanhar o caminho que o chá faz dentro do meu corpo. Esquentando meu interior como uma paixão dentro de um abraço tonto. É estranho, mas parece que sinto vontade de continuar assim como estou agora e como venho falado em todos os meus últimos textos: solitária. Mas minha solidão tem acompanhantes, da pra entender? Existe o incomodo de ter quer dividir a solidão, de ter que dar satisfação sem dizer não. Então eu venho, me tranco e começo a escrever. E fico assim, escrevendo meio troncha, sem saber ao certo o que dizer.

Diversas vezes eu senti o engando gosto da conclusão. Senti por uns instantes que todo esse lamento cheio de lágrimas não passava de drama. Melancolia forçada. Ilusão. Mas me enganei, que pena. Daria tudo pra que fosse conclusão. Por isso continuo escrevendo sem começo, porque é tudo continuação.Recuso-me a viver dentro de uma rotina inventada, imposta. Por isso luto até contra mim mesmo pra mais tarde não sofrer, também, com isso.  


Quando quero sentir felicidade, agarro-me a esperança. Linda, linda é a esperança!  Jogo em uma tela gigante todos os meus sonhos, e começo a adiantá-los e chego a sentir o gosto de como é vive-los. E o gosto é bom. 



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