O sono em forma de abraço. E eu, que penso
nada ter, agora o tenho de lado.
Detalhes corridos de trauma detalhado,
Seria meus ouvidos que estão calados? Ou o
dia que vive de lado?
Seria tu em mim e você no eu, porque ouvi
dizer que quando se ama duplica-se de tamanho. E desejo ser grande assim. Não
sei quem é você, mas insisto em descobrir porque escrevo pra você e não tenho
respostas. Mas respostas pra quê... Se eu me respondo o tempo todo sem querer?
Queria saber de onde nasce o barulho do
silêncio, porque o cosmo que já vive em mim contou-me que tudo é sobrenatural.
E em cima do natural estar o sobre, e que dentro do sobre estar o segredo, e
que por trás do segredo estar o som. Caminho confuso.
Espera... Ouço vozes, estão todos
acordados. Então essa madrugada não é só
minha. Desconheço madrugadas de multidão, multidão forçada que envolve o meu
chão...
Na sala, algo estranho
Diálogo de contra-mão
Vãos cheios de tralhas
Vazio sem perdão.
É gente que acha que conversa mas só sabe
dizer não.