Essa saudade é como pedaço amputado...
Sentimento que se faz calado depois de acostumar-se com o acaso
Custar a  entender o feito, desmoronar ao dar-se conta do efeito
Observar as idas de todas as vindas pra entrar no abraço...
- Eu, que nessa mesma época e todos os anos, me educo a transbordar amor pelo que se foi. Educo-me a deixar que as lágrimas caiam. O faço por já ter provado o contrário e ter dado tudo errado.
 De mim tenho o melhor que sou. O que sou ao torna-me viva, e sou por ter vindo de onde vim. Ter surgindo de quem me quis.
Sinto tua mão segurar a minha. Sinto a coragem que me deste ao guiar meus passos. Te fostes de maneira subida e absurdamente brusca, mas me deixaste no laço. Sou presente recém aberto, do embrulho que mim fiz excesso. Hoje entendo muito bem quando falavas que necessito usar ferramentas certas.
Os ventos não me deixam esquecer-te, minha mente mágica relembra os melhores fatos. E eu, seis anos depois de tua ida, sinto-me cada dia mais forte. Porque sei, que estivestes comigo durante 14 anos, mas também sei que essa  energia transbordante em mim é fruto do amor que me deste. E tu, no fundo sempre soubeste que eu seria assim, livre dentro de mim.  Aprendi a ser assim quando soltaste a minha bicicleta e me deixaste ir sem medo de cair. Continuo aqui, o medo as vezes me sobra. Mas a coragem transborda e mais ainda a vontade de ir!

Pai, eu te amo. 



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