Esvazio neste momento a minha mente
Esvazio a sujeira acumulada
Esvazio a dor da insegurança
Esvazio os vestígios de não esperança
Falam-me em humildade e vaidade
Porque sem essas não tenho caráter.
Pinto-me e preencho de vida meu semblante
Porque preciso refletir uma imagem boa ao Senhor Espelho.
Uso do ponto de vista psicológico
Uso da dominante idéia dos loucos
Uso do poder do senso crítico e comum.
Defronto-me então, com o cotidiano
E me junto ao engano.
Enfrento o ardor literário
Dedico o ar do meu quintal ao poeta
E toco na face da canção para tentar ser discreta.
Não julgo os caminhos
Nem falo em compaixão
Escrevo pra expressar a razão
E espero sentada
Que seja interpretada com total dedicação
Porque de psicólogo e de louco
Todo mundo tem um pouco.
E te garanto, querido leitor,
Que a vida não brinca,
Ela finge ser brinquedo,
Pra enganar o apelo
Dos dias de pura oscilação
Dos loucos que vagam o mundo
E descobrem que essa Senhorinha
É uma marionete cheia de sabedoria e dote de persuasão.



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