Queria ouvir um vinil. Música clássica.
E, ficar em silêncio sentindo bem perto o calor de algum homem que amo. 



As portas se abriram
Primeiro ciclo desde a chegada
Da lua negra à iluminada
Vestida de arco-iris
Deu-me as boas vindas
Do renascimento à pausa

Calor que refresca
Saído do corpo no pulso da transformação
As peças começam a se encaixar
Consciência desperta no incrível racional
Envolto de beleza, magia, encantamento, leveza
Sinto meus órgãos livres, minha pele transmite o interno: Maciez
Tocada sem o toque literal, do acolhimento ao acordar
O despertar na vontade do sentir viver

Dois um, como precisou ser
Pulso conectado, tocados, tocada
Suor morno escorrendo pelos corpos
Eu, imersa em módulo
No banho do prazer, molhada

Interruptor ligado, o mais especial:
Refletor da minha força, do meu Sou
De sabor contínuo
Clarividência
Trama real

Do ser ao ato.



um feminino mutante grita
pulsa como um gozo de entrega
grita como o primeiro sentido dos encaixes
sabe da certeza que ama tanto
reconhece as delicadezas, as luas, incertezas
muda o fluxo material e transforma os dias físicos em algo espiritual
com deuses sem nome, guiada pela Deusa.
ama saber de tantos anos sobre o amor que dedicou a ela.
foi ela por ela mesmo, mentindo pra si e criando externas paixões que verdade foram,
mas foram por ela.
com feridas sempre expostas ao sol pra serem secas de vitamina D.
freneticamente em carne viva, viva e pulsante, mas firme, latente.
se ama tanto e sem modesta
consegue criar uma história mental sobre alguém que a ama tanto quanto ela
mas que mentira
bela
aprende a ser só todos os dias
se ama e se tem na mesma intensidade que se entrega.
casamentos mentais, astrais, emocionais e até físicos
mas nada supera a dona da beleza dela, que é ela. só ela. 



Formigamento pulsante de uma mente esborrada. Esborrar parece ser uma de minhas palavras favoritas, me esborro constantemente.
Agoniada e doada demais. Criativa pelo lado par e pelo lado ímpar. Sou a melhor narrativa de mim. Conto eu mesma minha história. Nasci livre pra isso e me aprisionei a mim.
Sofro de alegrias vulcânicas, tudo que explode e sai do controle é meu.
Hoje decidi que iria continuar dançando minha embriaguez pelo mundo.
Que coragem não me falte pra suportar os abraços negados.
Amor não sei dos nomes, mas sei do sentido dele em mim.
Nesse mundo de igualdades, cultivar a loucura que nasceu aqui é atividade diária.
Sou louca por tomar banho pelada em uma praia deserta?
Quem vai julgar meu corpo e minha atitude é o invisível de mim.
Multidão de mentes vazias pra mim é deserto. Para mim. Para, de.



Não li inspirações
Não vi declarações
Não fiz valer o pulso
Não fiz nada, senti
Senti o riso froxo
Senti o degradê da dor
Senti o sol inteiro
Senti a luz calada
Brilhei e fiz brilhar
Meu ano que não foi par
Imã de mim
Do mar para amar. 



Vivente

Vou voltar a escrever. Deixar dessa mania do abandono. Abandornar-me jamais, e eu sou o que consigo registrar pra memórias.
Já desisti e voltei tantas vezes, e tantas outras virão.
Porque sou isso: ida e vinda, desistência e recomeço.
Desejar o contrário ja foi vivido, e muitas vezes ainda é. Mas não é realidade. E minha intensidade é real.
Real pelo abuso de explorar o que se sente. Realista por prolongar o que é sentido. Vivendo, vivido.
Ser vivente indo e vindo, sou.



 Observar mais, sentir e ser mais, absorver sentidos. 
Li em algum lugar, que carroça vazia faz muito barulho. Carroça cheia demais quebra, não suporta o peso. É ai que entra o sentido do compartilhar.
Sou tagarela de dna. Exercito o exercício de observar, calar. Pra mim é difícil, mas tento. Hoje sei que as respostas estão nas coisas, as perguntas também nas coisas. A dúvida, em mim. Em nós.
Olhar, ouvir, sentir, depois falar. Minhas verdades não são absolutas, mas esse processo que estou me permitindo vivenciar é, absolutamente, importantíssimo para meu crescimento como ser humano. Crescimento como ser que raciocina, vive no planeta, dentro do universo.
A Natalí de hoje sente mais do que sentia antes, ela é de muitos lugares, de muitos instantes. E mesmo que não seja nada, ela é. Até porque, até o nada representa alguma coisa. E as coisas carregam perguntas e respostas.



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